Imagine se todas as pessoas tivessem o direito à educação respeitado e que todas as crianças tivessem oportunidades justas de ir para escola, aprender e desenvolver todas as habilidades que elas precisam para ser um adulto capaz de cuidar de si? Essa é justamente a proposta da educação inclusiva.

A educação inclusiva é uma abordagem pedagógica que busca garantir acesso e participação de todos os alunos, independentemente de suas dificuldades ou particularidades. Os ambientes educacionais que usam essa abordagem valorizam a diversidade, promovendo assim a igualdade de oportunidades.

Preparamos esse texto, em que vamos explicar um pouco mais do que é a educação inclusiva, todos as arenas que ela permeia e como praticar uma educação inclusiva!

O que é educação inclusiva:

Segundo a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a educação inclusiva é “o processo de identificar e responder à diversidade nas necessidades de cada um dos estudantes através da inclusão de aprendizagem, culturas e comunidades”.

Partindo desse princípio, entendemos que a educação inclusiva é pautada na ideia de que cada pessoa tem interesses, habilidades, características e formas de aprender diferentes. Sendo competência do sistema educacional abraçar essas diferentes necessidades. 

É sempre importante lembrar que essa construção pela igualdade na educação é um direito assegurado por tratados internacionais. Portanto, segundo o tratado pela educação da UNESCO lançado em 2014, países e escolas tem a obrigação de respeitar, proteger e cumprir o direito de todos os estudantes à educação.

Esse acesso à educação deve ser pensado de maneira contextualizada. Por isso, é preciso se adaptar pensando nas pessoas. A educação inclusiva também é projetada para facilitar o aprendizado de maneira correta, onde todos os estudantes têm as mesmas metas e são incentivados a permanecer na escola.

 A Educação inclusiva para além da sala de aula

Por mais que falemos muito do processo de aprendizagem quando falamos de educação inclusiva, é fundamental que existam ações para além das salas de aula. Para garantir o acesso de todos, o espaço também precisa ser de fácil acesso àqueles que convivem com alguma deficiência e /ou com alguma limitação sociocultural. 

Para que um espaço seja acessível é preciso tomar alguns cuidados na construção, como disponibilizar rampas de acesso ou elevadores em caso de múltiplos andares, e banheiros adaptados com maior espaço de locomoção e pontos de apoio. 

Para pessoas com algum tipo de deficiência sensorial, é necessário ter sinalização tátil (que ajuda no processo de localização de pessoas cegas e com baixa visão). 

Também é importante que as atividades promovam a inclusão de todos. O apoio de um intérprete de LIBRAS (Língua Brasileira dos Sinais), uso de material com legenda e áudio descrição podem ajudar tanto pessoas com deficiência visual como também surdos ou ensurdecidos. 

Com o aumento da produção de tecnologias para ajudar na inclusão, é possível utilizar ferramentas assistivas para maximizar a inclusão de pessoas com necessidades especiais. Softwares com leitores de tela, teclados adaptados e computadores táteis são algumas das ferramentas disponíveis e de fácil acesso a todos.

Dessa maneira, a educação inclusiva pode ser vivida na prática, atuando como uma facilitadora para que pessoas que outrora poderiam ser relegadas ao espaço privado ocupem o espaço público. 

Os benefícios da educação inclusiva:

A educação inclusiva visa abraçar todas as pessoas, por isso alguns benefícios que podem ser sentidos de maneira generalizada são:

  1. Desenvolvimento da empatia e da tolerância:

A educação inclusiva incentiva a convivência e interação entre alunos com diferentes habilidades e necessidades, promovendo a compreensão e valorização das diferenças.

  1. Ampliação do repertório acadêmico:

A inclusão de alunos com necessidades especiais em sala de aula enriquece o ambiente de aprendizagem, permitindo o compartilhamento de experiências e conhecimentos diversos.

  1. Promoção da autodeterminação:

A educação inclusiva apoia a construção de autonomia e autoestima pelos alunos com deficiência, incentivando-os a definir metas e estratégias para alcançá-las.

  1. Preparação para a vida em sociedade:

A inclusão escolar permite que os alunos com deficiência desenvolvam habilidades sociais, emocionais e comportamentais necessárias para enfrentar desafios, participando ativamente da sociedade.

  1. Valorização da diversidade humana:

A educação inclusiva contribui para a formação de uma sociedade mais justa e plural, ao promover a valorização das diferenças e o combate à discriminação e ao preconceito.

Como incentivar uma educação inclusiva para além da escola

A educação inclusiva pode se iniciar na escola, mas é essencial que permeie toda a vida dos alunos. Para isso, os pais precisam ser parte fundamental do processo. Essa atitude ajuda na formação de valores que fazem com que as crianças entendam a diversidade e diminuam os seus preconceitos.

Essas ações podem ser feitas através de conversas, saídas, leituras e atividades que estimulem a criança a criar empatia e entender a diversidade de corpos e pessoas existentes. Assim, ele conseguirá ver através das adversidades das outras crianças um ser humano. 

Os pais também devem ter um papel ativo na adoção e implementação de políticas pró diversidade na escola. Eles podem participar de reuniões escolares e pedir para que adotem práticas que tornem aquele ambiente acolhedor e seguro para todos os alunos.

É importante que através dos pais, a escola entenda que precisa estar preparada para atender as necessidades de crianças com deficiências, indígenas, afrodescendentes ou com qualquer vivência diferente das que ela está acostumada. 

E esse preparo pode acontecer através da sensibilização a outros alunos e a promoção de ideais que ajudem no exemplo de respeito e tolerância. A educação inclusiva deve ser um ideal a ser buscado pela sociedade, pois todos se beneficiam dela.