Você já ouviu falar de nomofobia?

Esse nome vem do inglês No Mobile Phone PhoBIA ou, em português “fobia de ficar sem telefone celular”. O termo é usado para descrever a condição psicológica de pessoas que sentem algum tipo de medo irracional associado com ficar sem acesso à rede no celular, e acomete muitas crianças e adolescentes.  

A maneira como crianças ou adolescentes nascidos nos últimos anos se relaciona com o mundo é incomparável com o jeito que as gerações anteriores se portavam. E a explicação por trás disso é bem simples (mesmo que seja um problema complexo): todas as mudanças que foram implementadas na sociedade através da tecnologia.

Ainda que qualquer pessoa possa sofrer com nomofobia, esse transtorno costuma afetar principalmente adolescentes, e pessoas de 14-16 anos costumam ser o maior grupo de afetados.  

O número de adolescentes acometidos pelo transtorno pode ser explicado por todas as ações sociais relacionadas ao uso de smartphones. Com eles você consegue falar com seus amigos, família, se manter informado e acessar serviços. Porém, o uso em excesso pode causar dependência, transtornos mentais, medo e até mesmo vício.

Nesse texto, vamos falar um pouco sobre a nomofobia, e como saber se o uso de celulares feito por você e pelos seus filhos é algo saudável ou se é preciso se preocupar.

O que é nomofobia?

O termo nomofobia apareceu pela primeira vez em 2008, em um estudo feito pelo serviço postal do Reino Unido. Nesse estudo foi indicado que 53% dos participantes sentiam algum sentimento negativo associado com estar sem acesso físico ou sem sinal de sinal de celular ou Wi-fi.

Fazem parte dos sintomas não apenas o medo de perder o seu celular como também de esquecê-lo ou quebrá-lo. Além disso, estar sem ele ou sem acesso à rede costuma gerar angústia.  

Esse é um medo que cresce cada vez mais em um mundo onde o smartphone se tornou um objeto essencial no cotidiano das pessoas. Quando uma pessoa acometida pela nomofobia fica sem área no celular ou sua bateria acaba, ela costuma sentir ansiedade, irritabilidade, inquietação medo e pânico.  

Algumas perguntas para entender se você ou seu filho sofrem de nomofobia

  1. Você se sente ansioso quando a bateria do seu celular está acabando?
    Quando está na rua e o seu telefone mostra o aviso de bateria fraca, sente nervoso ou vontade de ir para casa? A ideia de ter menos de 10% de carga no seu celular faz seu coração disparar? O medo de ficar sem celular e não conseguir checar suas redes sociais quando a bateria acabar pode ser um forte sintoma de nomofobia.  
  1. Você consegue sair de casa sem o celular?
    Ter o costume de pegar o celular até mesmo para coisas pequenas como dar um pulinho na padaria, ou ir até à casa de um vizinho, sinalizar que a relação que possui com o smartphone está pouco saudável.
  1. Você fica irritado quando o seu telefone não está por perto?

Outro exemplo clássico de alguém que está sofrendo de nomofobia é a ansiedade de separação associada ao seu celular.

  1. Você já tomou decisões que colocam a sua vida em risco para olhar as notificações do celular?

Que olhar o celular enquanto dirige é contra a lei, todos nós sabemos. Mas isso não quer dizer que isso não acabe acontecendo rotineiramente. Ações como olhar o celular enquanto está no trânsito, enquanto atravessa a rua ou entra em transportes públicos podem colocar sua vida em risco e serem um sinal de que precisa controlar o uso que faz do aparelho.  

  1. Você usa o celular mesmo que esteja de férias ou no meio de um momento de descanso?

Muitas pessoas dizem que mesmo que elas tenham tirado férias, acabam voltando ao trabalho ou aos estudos ainda cansadas. Parte da causa dessa situação é permanecer conectado ao seu smartphone mesmo no momento de relaxar!

Algumas coisas que podem te ajudar no tratamento da nomofobia:

Se você respondeu sim a pelo menos duas das perguntas anteriores ou sente que o jeito que você usa o seu celular está causando problemas na sua vida, falar com um profissional de saúde mental pode ajudar.

Ainda não existe um tratamento específico para esse transtorno, mas um terapeuta pode ajudar que você procure as causas do seu problema e tratar os sintomas. Em alguns casos, o profissional também pode te prescrever algum medicamento de ansiedade ou depressão que ajude.  

Algumas outras ações que você pode tomar sozinho são:

- Reconhecer que tem um problema é o primeiro passo e o mais importante;

-Desinstale alguns dos aplicativos que usa durante muito tempo sem propósito (como jogos ou redes sociais);

-Pare de usar o celular durante as refeições;

-Tire as notificações do celular;

-Tenha horários definidos para usar o celular para conseguir diminuir o tempo de uso;

-Não mexa no celular enquanto estiver conversando com alguém ao vivo;

-Tente não usar o celular como despertador, pois isso pode interferir na qualidade do seu sono;

- Não leve o celular para a cama;

-Saia às vezes sem o celular;

Impactos na educação:

Já falamos em outros posts no blog sobre como a tecnologia é uma grande aliada no desenvolvido escolar das crianças. No entanto, o seu uso excessivo pode causar problemas na aprendizagem.

Utilizar o celular, aproveitando todas as ferramentas disponíveis nele para aprofundar os estudos é ótimo, contudo, é preciso que seu filho consiga ter momentos de concentração sem se preocupar com o smarthphone. Tanto quanto estiver estudando na escola como na hora de revisar o conteúdo em casa.

É essencial aceitar que você não pode – e mais importante, não precisa- estar com o celular o tempo inteiro. O uso de smartphones é algo relativamente novo na história e sempre foi possível ao ser humano existir sem estar conectado o tempo inteiro.

A nomofobia é um claro sinal de ansiedade e por trás do medo de estar longe do que está acontecendo no celular, pode haver problemas maiores a serem tratados. Por isso, se identificou comportamentos em você ou em alguém próximo apresentado nesse texto, procure ajuda profissional.

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