Aqui no blog já falamos das dificuldades do ensino da matemática. Seja através de transtornos de aprendizagem com a discalculia ou através de medo a termos relacionados a matemática, com a aritmofobia, o ensino dessa matéria pode ser desafiador. Crianças com autismo também passam por essa dificuldade comum, mas algumas técnicas com elas podem ser diferentes.

Apesar de necessitarem de uma abordagem diferente, o ensino de matemática para crianças com autismo pode ser recompensador. Com a integração entre pais, professores e terapeutas, é possível criar um ambiente em que essas crianças conseguem revelar suas aptidões com números, cálculos e muito mais.

Nesse post, ensinamos algumas técnicas que podem ajudar uma criança autista a desenvolver a confiança e a habilidade em relação ao estudo de matemática.  

Entenda quais são as potências e as fraquezas da criança.

Cada pessoa é única. Existem crianças com muita facilidade em matemática, outras que precisam de um tempo para entender toda a matéria. E isso não é diferente de quando estamos falando de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Para alguns, o viés racional da matemática será positivo, para outros ele poderá desencadear desconforto.  

Portanto, as abordagens vão sempre ser diferentes para cada criança. Antes de traçar um plano mais completo de estudos, tente analisar quais são os pontos positivos do seu filho que podem ser enaltecidos e quais podem ser entraves para aprender a matéria.

Utilize de atividades visuais

É bastante comum dentro do Transtorno do Espectro Autista, a facilidade com reconhecimento de padrões visuais. Por isso, uma boa maneira de ensinar matemática ao seu filho pode ser o uso de ferramentas visuais!

Isso pode incluir desde cartões com números, uso de gráficos, criação de tabelas. Mas também é possível que a melhor técnica para vocês seja contar e ordenar objetos dentro da sua própria casa! Como a matemática está presente em tudo, o mundo pode ser uma sala de aula para o ensino matemático.

Dê estímulos sensoriais

Assim como os estímulos visuais podem ser uma boa ideia para ensinar matemática para crianças autistas, atividades táteis também são consideradas um bom recurso. Isso acontece pois o uso de materiais concretos e que podem ser manipulados são capazes de ajudar a deixar a matemática como algo palpável.  

Existem ainda várias outras estratégias sensoriais que podem ser utilizadas. Incorporar jogos educativos ou quebra cabeças no ensino pode ajudar a criança a explorar os conceitos matemáticos enquanto se sente protagonista de seu processo de aprendizagem.

Lembre-se de que estímulos sensoriais não estão apenas ligados ao tato. Por isso, é possível que vocês obtenham bons resultados também com a audição, seja fazendo leituras em voz alta ou explicando de maneira pausada e detalhada parte do processo.

Faça da matemática um assunto mais tangível

Incorporar exemplos da vida real no ensino fazem com que a criança entenda as aplicações práticas da matemática. Algumas estratégias para isso é criar problemas do cotidiano que tenham relação com o interesse do seu filho.  

É comum em pessoas que estão dentro do espectro autista o hábito de se hiperfixarem em algo. Então se aproveite disso para tangibilizar a matemática. Por exemplo, caso o seu filho seja muito interessado em bonecas,  peça para que ele conte ou compare os diferentes tipos que ele possui.

Outra maneira de trazer a matemática para realidade é incentivá-lo através de seus hobbies ou atividades do dia a dia. Tente utilizar coisas como videogames para ensinar conceitos de estatística ou metragem.  

Crie um plano de aprendizagem personalizado para o seu filho

A última dica dessa lista talvez seja a mais importante. Desenvolver um plano de estudos personalizado é crucial para que você crie estratégias que levem em conta a individual que seu filho aprende, sendo um ponto importante para otimizar a experiência de aprendizagem dele.  

Caso você tenha algum profissional que ajude no desenvolvimento dele, tenha uma conversa sobre o aprendizado de matemática. Caso não, procure professores ou psicopedagogos especializados no ensino para crianças autistas.

Com um plano de ensino personalizado, será possível estabelecer metas e objetivos realistas, o que ajuda não só a evitar possíveis frustações como também garante que vocês estejam caminhando para a direção correta. Além disso, vocês poderão criar uma rotina com base nas recomendações inseridas ali.

Ter auxílio de professores qualificados também permite que o aluno tenha contato com tecnologias assistivas que melhoram a performance de estudos. Ferramentas como aplicativos educacionais ou softwares de estudos podem dar um empurrão necessário para a relação com a matemática.

Um último ponto importante é que a incorporação de profissionais capacitados para o ensino de matemática para o seu filho, pode ajudar com outras perspectivas e criar novas estratégias de enfrentamento das dificuldades.

Muitas vezes, ficamos tão imersas em uma situação que não conseguimos analisar o todo. Com um profissional, é possível medir de maneira real o avanço da criança e como ela está em relação a outros alunos.  

Lembre-se que a chave de qualquer estudo bem-sucedido é a adaptação, por isso, encaixe as abordagens do ensino da matemática de acordo com o seu filho.  Observar e conhecer a criança pode ser a chave que você precisa para analisar se o esforço que está sendo feito vale a pena ou não.  

Dessa maneira, você conseguirá criar um ambiente harmônico e propício para o ensino de matemática para o seu filho. E além disso, vocês conseguirão construir uma relação de confiança que vai muito além dos números que estão sendo ensinados.