Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 11 milhões de brasileiros sofrem de depressão. O número de pessoas afetadas por essa doença vem crescendo a cada ano. Dar a devida atenção logo aos primeiros sintomas e procurar ajuda especializada é fundamental para superar o quadro depressivo.
Mesmo sendo um tema bastante falado pela sociedade, muitas vezes um aspecto dele acaba sendo deixado de lado, a depressão infantil. Assim como os adultos, as crianças podem ser acometidas pela doença e precisam de ainda mais cuidado para conseguirem sair desse estado e se desenvolverem plenamente.
Para te ajudar a entender mais sobre a depressão infantil, montamos esse artigo trazendo os principais, sintomas, sinais de alertas e formas de apoiar os pequenos nesse momento.
O que é a depressão infantil?
Pesquisas realizadas pela OMS indicam que o número de jovens entre 6 e 12 anos acometidas pela depressão infantil aumentou de 4,5% para 8% em uma década.
A depressão é um transtorno psicológico em que a pessoa apresenta extrema tristeza, desânimo ou apatia perante as situações da vida. Nas crianças, ela também se caracteriza como um estado crônico de tristeza.
Nessa fase pode ser bastante desafiador para a família compreender se os sintomas presentes no comportamento são causados pela depressão ou se é parte do processo de amadurecimento que todos passam.
Principais sintomas da depressão infantil
A Associação Americana de Ansiedade e Depressão (ADAA) aponta que irritabilidade e raiva constante na infância devem ser vistas como um sinal de alerta, pois podem indicar um quadro de depressão.
Além da tristeza persistente que está sempre presente no transtorno, os comportamentos que indicam forte irritação são muito comuns em crianças com depressão. Isso acontece principalmente porque como elas não conseguem compreender e lidar bem com as emoções, os sentimentos acabam sendo traduzidos em raiva.
Sinais de alerta que indicam depressão infantil
Os comportamentos que destacamos são indícios de que a criança pode estar precisando de ajuda. Contudo, para fechar um diagnostico exato é fundamental procurar ajuda especializada para avaliação. Sendo assim, caso o seu filho apresente essas características não significa necessariamente que ele está deprimido, mas é bom consultar um profissional para que ele possa verificar adequadamente a situação.
Os sinais que devem despertar atenção são:
-Baixa autoestima;
-Distúrbios no sono (dormir muito mais ou muito menos do que o recomendado);
-Dificuldade de concentração;
-Sentimento de culpa;
-Falta de interesse repentina por atividades que antes eram valorizadas;
-Choro fácil (principalmente em crianças menores);
-Acessos de raiva;
-Alto grau de irritabilidade;
-Comportamento mais retraído;
-Evitar contato com a família ou amigos;
-Sintomas somáticos (dor de cabeça, muscular, na barriga).
Mais do que apresentar esses comportamentos é preciso monitorar a intensidade e a persistência deles ao longo do tempo.
Isoladamente, ainda mais por um curto período, essas atitudes podem ser apenas fases do desenvolvimento infantil ou da maneira como a criança está manifestando sua própria individualidade.
Por essa razão, observar as emoções do seu filho é importantíssimo. Perceber que ele apresenta esses sinais ao longo de vários meses, indica que ele pode estar precisando de ajuda. Vale também ressaltar que cada criança é única. Não necessariamente ela vai manifestar todos os sintomas.
Tratamentos para depressão infantil
Depois de receber o diagnóstico de um profissional capacitado, normalmente é necessário recorrer à psicoterapia para não deixar que o quadro acompanhe a criança ao longo da vida adulta.
O tratamento infantil costuma utilizar atividades lúdicas para ajudar os pequenos a entenderem os sentimentos, conseguindo assim lidar com eles adequadamente.
Fora isso, praticar atividade física (de preferência ao ar livre) e fazer uso de técnicas de medição também podem auxiliar a criança a se sentir melhor.
Com o cuidado adequado, é possível perceber a melhora no comportamento. Principalmente nas crianças menores, o retorno dos pais, compartilhando com o médico as suas impressões sobre as mudanças nas atitudes do filho é muito importante, pois muitas vezes os pacientes mais novos podem deixar elementos importantes da rotina escapar.
Como evitar a depressão infantil
Cada indivíduo possui a sua própria maneira de lidar com os seus sentimentos. É comum que alguns tenham mais dificuldade do que outros.
A melhor forma de prevenção é criar um ambiente em que seu filho se sinta confortável para expressar suas emoções, aprender mais sobre a comunicação não violenta pode ser uma ótima ajuda, pois é através do diálogo e observação que a família consegue perceber se algum comportamento requer um olhar mais cuidadoso.
Mesmo que a criança tenha atitudes de birra ou irritação é importante acolher para que ela não passe a esconder o que sente, dificultando a percepção por parte dos pais sobre o que está acontecendo com ela.
Como auxiliar a criança a lidar com as emoções de ofrma adequada:
-Buscar momentos de relaxamento;
-Fazer exercícios como meditação;
-Praticar esportes e atividades físicas no geral;
-Acordar o tempo de tela que a criança pode fazer uso;
-Dormir a quantidade de horas adequada para a idade;
-Estabelecer uma rotina, trazendo previsibilidade;
-Passar um tempo de qualidade com a família;
-Acompanhar de perto o comportamento na escola;
Conclusão:
A depressão é um transtorno psicológico em franca ascensão no Brasil e no mundo. De acordo com a Pesquisa Vigitel 2021 (mais tradicional inquérito de saúde brasileiro), em média, 11,3% dos brasileiros relataram ter recebido um diagnóstico positivo entre setembro de 2021 e fevereiro de 2022.
Esse quadro afeta também as crianças. No caso dos pequenos, a participação da família na identificação dos sintomas, busca por ajuda e posteriormente no tratamento é fundamental para superar a doença.
O diagnóstico pode assustar no princípio, mas é possível tratar e permitir que a criança tenha um pleno desenvolvimento.
Fontes:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/depressao
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